quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Depreciação do Real x Inflação

À medida que a crise no sistema financeiro se arrasta, as dúvidas quanto às conseqüências na atividade econômica aumentam. Apesar da visível desaceleração da produção e da consolidação dos processos recessivos nas economias desenvolvidas, há incerteza sobre o alcance de seus efeitos nos países emergentes. É necessária uma atenção e cuidado especial aos desdobramentos da depreciação do real, cuja taxa de câmbio com o dólar é estratégica ao Brasil em vários aspectos, como exemplo a balança de pagamentos, formação de preços ao consumidor, dentre outros. O país já vivenciou por três momentos de depreciação acelerada, desde a mudança do regime de câmbio fixo.

Em Setembro de 2008, com o estouro da crise do subprime, ocorreu uma nova mudança no patamar do câmbio que passara de R$1,60, depois de um longo processo de revalorização, para a faixa próxima de R$2,40 que prevaleceu até Dezembro. Sabe-se que as raízes deste processo estão todas no exterior e atingira o país em um momento em que a Economia estava em crescimento acelerado. Uma variação superior a 45% em menos de 100 dias.

Até que ponto vai o repasse das altas do dólar para os preços dos produtos finais? Essa é uma questão essencial e crucial para balizar a condução da política monetária pelo Copom. Alguns economistas defendem que será inevitável o repasse da alta do dólar para os preços finais em algumas cadeias produtivas, dado que acarretaria em uma onda de pressão de custos para alguns segmentos. A priori, tal visão é aparentemente natural, assim existindo nos próximos meses uma ameaça inflacionária que se transformaria em índices crescentes, exigindo sua contenção com o uso do instrumento clássico dos juros para impedir que as altas coloquem em risco a estabilidade de preços. Desta vez, os efeitos da desvalorização sobre os índices de preços são muito mais amenos, analisemos.

O IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) é composto pela média ponderada do IPA-M (Índice de Preços do Atacado), com 60% de peso; do IPC-M (Índice de Preços ao Consumidor), com 30%, e do INCC-M (Índice Nacional da Construção Civil), com 10%. A força da propagação da depreciação na formação de preços dos produtos que estão sendo fabricados se descobre pelo comportamento do IPA-M. Percebe-se que no resultado de dezembro, o IPA-M apresentou recuo de 0,42%, após ter subido 0,30%, em novembro. Conclui-se que não há pressão inflacionária no atacado.

Podemos afirmar que não existe uma onda inflacionária em formação. Pelo contrário, no geral os custos da indústria estão em desaceleração. Podemos ainda complementar que a desvalorização acelerada do real esta sendo compensada pelo comportamento das cotações das commodities, que seguem em sentido oposto ao dólar, assim amortecendo seu impacto.

3 comentários:

  1. Queira me desculpar meu caro, mas eu boiei no seu texto! Sou ator e Biólogo... Cada um ajuda do seu jeito não é mesmo?? O importante é ajudar! E esse assuntos relacionados a economia não são comigo!

    Proponho que você use seu extenso conhecimento sobre o assunto pra idealizar algum plano para ajudar nessa situação! Do que adinata reclamar dos "juros exorbitantes?" "Até quando" iremos continuar sentados vendo todo esse absurdo? Que tal aprender a olhar pelos olhos deles e criar um plano legal pra todos e ir a luta? ;)

    AbraçãO!

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  2. Eu gostaria que o dólar fosse R$1 !!!! pra mim ia ser uma maravilha !!!!!!

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  3. Parabéns pelo seu excelente blog.
    Abraço
    Daian

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