quinta-feira, 30 de abril de 2020

Impactos no PIB do Brasil durante a pandemia



A Variação da atividade econômica de um País é determinada pela comparação do PIB em relação a períodos anteriores. O PIB é calculado trimestralmente até o fechamento do período de 1 ano. China e EUA divulgaram quedas no trimestre de (-6,8%) e (-4,8%) respectivamente.

Respectivas quedas se devem ao impacto do isolamento social imposto afim de conter a disseminação do COVID-19 .No Brasil, teremos a divulgação do PIB trimestral no último de dia de maio.
 Dada a complexidade do cálculo que leva em conta a soma de todos os produtos e serviços finais no período determinado, é difícil de se obter uma estimativa com exatidão.

 Há duas formas de chegar ao valor do PIB, uma pela observância dos grandes setores de atividade econômica : Agropecuária;Indústria e Serviços e os impostos líquidos sobre os produtos, que compõe o que se chama ótica da oferta.

Como pela ótica das despesas: Consumo das famílias e da administração pública, Formação Bruta do Capital Fixo , Variação de Estoque e Saldo das Exportações - Importações.Pelas duas maneiras se chega a um mesmo valor.

O impacto da pandemia nesse primeiro trimestre deverá levar em conta que o setor de SERVIÇOS e INDUSTRIA (setores mais afetados) representam cerca de 80% da nossa economia.

Não obstante, é preciso ainda ponderar as atividades classificadas essenciais dentro desses setores que não foram interrompidas (indústria e comércio de fármacos, produtos alimentícios.) e em seguida delimitar o tempo do decreto de restrição durante o trimestre em questão, que no nosso caso fora de aproximadamente 15 dias no mês de março.

Destarte, podemos ter uma certa rastreabilidade das atividades afetadas e estimar o impacto na Economia fazendo as comparações com os trimestres anteriores ao impacto do decreto. Como de praxe  a comparação é feita com o trimestre anterior, nesse caso o 4º tri de 2019, e com o igual período do ano anterior (1º tri de 2019). Tendo como valores respectivos R$ 1,714 (1ºT) e R$ 1,843 trilhões.(4ºT).

 Importante ressaltar o uso do deflator do PIB nas comparações, que é um índice usado para excluir o peso da variação do preços  dos bens e serviços durante o período de comparação, já que o crescimento de um período para ou outro pode ter sido provocado por aumento de preços ou diminuição dos preços dos produtos comercializados numa economia.

Diante de tudo que foi exposto até aqui, acredito que tenhamos um impacto considerável na nossa economia, sendo este na ordem de aproximadamente de 2,5% a 3,0% para o primeiro trimestre e de até 10% para o segundo trimestre (ABRIL-MAIO-JUNHO) este último sendo o período mais afetado.

Quanto a retomada – para não dizer que  venho aqui apenas jogar mais notícias ruins- deverá ocorrer  em meados do 3º trimestre, isso claro, dependerá muito  das circunstâncias políticas e das políticas econômicas de Paulo Guedes.


OBS: Ilustração retirada da web. Fonte desconhecida.

segunda-feira, 13 de abril de 2020

Reflexão sobre o momento atual

A crise econômica indiferente à sua origem e causa, sempre leva os economistas a pensarem em medidas tempestivas para levarem aos Governos. Como os cientistas da área de saúde - não há uma analogia melhor que essa - que diante de uma epidemia, correm para descobrir uma cura ou vacina para salvar a humanidade.
Não querendo equiparar a relevância destas profissões, até porque o objetivo direto dos economistas, não são as vidas, mas a atividade econômica, é importante que alguma medida minimamente razoável venha à ser anunciada ainda no curso do decreto do isolamento. Destarte, isso poderia minimizar o horizonte de tempo (o quanto vai durar os efeitos da pandemia na economia) nas expectativas dos agentes econômicos, que por ora é bastante pessimista.
A crise atual tem origem no decreto do fechamento das atividades não essenciais, isso já é de conhecimento por grande parte das pessoas. Decisão extrema e de grande ônus, porém a única possível. Mas, ainda há resistência insensata por parte dos economistas que voga no espirito capitalista liberal. Medidas convencionais como as apresentadas até agora, ainda que de boa fé, não funcionam em tempos '' não convencionais" como bem explicou o brilhante Prof. L.G.Belluzo em uma live que assistir agora pouco.
É necessário que o Banco Central assuma o papel dos bancos no que diz respeito ao crédito como fonte de socorro as pequenas empresas. Liberar os compulsórios para capitalizar os bancos, só funciona em tempos de normalidade, no momento atual não há como prever o futuro, o elevado risco de não pagamento dos empréstimos faz com que os bancos dificultem o acesso ao crédito que poderia ajudar as empresas.
Também não é o momento de pensar no uso das reservas cambiais, visto que uma decisão desta amplitude levaria a perigosa desvalorização da nossa moeda perante o dólar, trazendo a inflação a patamares que agravaria ainda mais nossa recuperação econômica no futuro.
Pensar numa solução nesse cenário, é como a metáfora de trocar um pneu com o carro em movimento, uma tarefa muito complicada. Até porque os economistas sequer, até o momento não têm como avaliar os danos reais à economia.
O que é de conhecimento dos economistas é que o decreto de fechamento das empresas, não essenciais, provocou uma espécie de curto circuito no sistema monetário, assim o dinheiro parou de fazer seu caminho “natural” de circular na economia. As empresas deixaram de faturar, as pessoas empregadas deixaram de receber e o crédito se tornou inacessível para atenuar os estragos provocados por esse curto circuito.
Contudo, o que se poderia ser apresentado até agora, como medida minimamente razoável, não foi sequer cogitado pela equipe econômica do Governo: a atuação direta do banco central como provedor do dinheiro necessário à economia, seja emprestando dinheiro direto para as empresas; comprando seus ativos ou mesmo imprimindo dinheiro como sugeriu o Mereiles. Por ora, a única medida sensata anunciada é que vem da OMS e do Ministério da Saúde. SIGAMOS EM CASA !!!