segunda-feira, 13 de abril de 2020

Reflexão sobre o momento atual

A crise econômica indiferente à sua origem e causa, sempre leva os economistas a pensarem em medidas tempestivas para levarem aos Governos. Como os cientistas da área de saúde - não há uma analogia melhor que essa - que diante de uma epidemia, correm para descobrir uma cura ou vacina para salvar a humanidade.
Não querendo equiparar a relevância destas profissões, até porque o objetivo direto dos economistas, não são as vidas, mas a atividade econômica, é importante que alguma medida minimamente razoável venha à ser anunciada ainda no curso do decreto do isolamento. Destarte, isso poderia minimizar o horizonte de tempo (o quanto vai durar os efeitos da pandemia na economia) nas expectativas dos agentes econômicos, que por ora é bastante pessimista.
A crise atual tem origem no decreto do fechamento das atividades não essenciais, isso já é de conhecimento por grande parte das pessoas. Decisão extrema e de grande ônus, porém a única possível. Mas, ainda há resistência insensata por parte dos economistas que voga no espirito capitalista liberal. Medidas convencionais como as apresentadas até agora, ainda que de boa fé, não funcionam em tempos '' não convencionais" como bem explicou o brilhante Prof. L.G.Belluzo em uma live que assistir agora pouco.
É necessário que o Banco Central assuma o papel dos bancos no que diz respeito ao crédito como fonte de socorro as pequenas empresas. Liberar os compulsórios para capitalizar os bancos, só funciona em tempos de normalidade, no momento atual não há como prever o futuro, o elevado risco de não pagamento dos empréstimos faz com que os bancos dificultem o acesso ao crédito que poderia ajudar as empresas.
Também não é o momento de pensar no uso das reservas cambiais, visto que uma decisão desta amplitude levaria a perigosa desvalorização da nossa moeda perante o dólar, trazendo a inflação a patamares que agravaria ainda mais nossa recuperação econômica no futuro.
Pensar numa solução nesse cenário, é como a metáfora de trocar um pneu com o carro em movimento, uma tarefa muito complicada. Até porque os economistas sequer, até o momento não têm como avaliar os danos reais à economia.
O que é de conhecimento dos economistas é que o decreto de fechamento das empresas, não essenciais, provocou uma espécie de curto circuito no sistema monetário, assim o dinheiro parou de fazer seu caminho “natural” de circular na economia. As empresas deixaram de faturar, as pessoas empregadas deixaram de receber e o crédito se tornou inacessível para atenuar os estragos provocados por esse curto circuito.
Contudo, o que se poderia ser apresentado até agora, como medida minimamente razoável, não foi sequer cogitado pela equipe econômica do Governo: a atuação direta do banco central como provedor do dinheiro necessário à economia, seja emprestando dinheiro direto para as empresas; comprando seus ativos ou mesmo imprimindo dinheiro como sugeriu o Mereiles. Por ora, a única medida sensata anunciada é que vem da OMS e do Ministério da Saúde. SIGAMOS EM CASA !!!

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