sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Os efeitos do Programa Bolsa Família na economia"

Criado em 2003 pelo Governo Lula, o programa Bolsa Família, que teve como objetivo a unificação e integração ao FOME ZERO de programas sociais do Governo FHC, tais como o auxilio gás,bolsa escola e o cartão alimentação, foi por alguns anos um dos temas mais discutidos nos meios acadêmicos, políticos e até mesmo aqueles menos exigentes de capital intelectual, como mesas de bares e praças públicas, nos quais, confesso, estive mais presente
.
Nessa “arena” de discussões tínhamos os defensores que argumentavam ser um programa de política compensatória, necessária para atenuar a pobreza e incentivar os pais a manterem seus filhos na escola, haja vista, ser esta uma das condições para obtenção do beneficio e, dessa forma, ao longo prazo, propiciar uma sociedade com menos disparidades sociais.

Do outro lado da arena, estavam os críticos ferrenhos, que considerava um programa meramente assistencialista e que não gerava beneficio algum ao país e usavam aquele velho ditado popular, que não se pode dar o peixe e sim ensinar a pescar.

Pois bem, a grande incógnita que fomentava tais discussões acerca dos reais resultados do programa, pelo lado econômico, uma vez que já fora comprovada sua eficiência no âmbito social,venho à tona com a pesquisa do INSPER(Instituto de Ensino e Pesquisa), publicado no mês passado.

De acordo com a pesquisa, de autoria de LANDIM e MENEZES, o aumento no montante pago aos beneficiários entre 2005 e 2006 de R$ 1,8 bilhões, proporcionou um crescimento adicional do PIB de R$ 43,1 bilhões.

Segundo os dados gerados pelo modelo econométrico da pesquisa, um aumento de 10% no repasse médio per capita do programa leva a uma expansão de 0,6% do PIB. Em outros números isso quer dizer que para cada R$0,04 gastos, há um incremento de R$ 1,00 no PIB.

Dessa forma, analisando pelo lado econômico, os defensores do programa podem comemorar, o Bolsa Família para nossa economia é muito viável.

Quanto aos críticos, me desculpem, mas vocês vão ter que engolir essa, e sem direito a nada.

A pesquisa está disponível em http://www.undp-povertycentre.org/publications/mds/33P.pdf

5 comentários:

  1. O Bolsa Família tem seus prós e contras. Mas quero ver qual o presidente que vai ter culhão pra retirar isso do povo. Quem topa se arriscar a perder metade dos votos?

    www.sedivirto.com

    ResponderExcluir
  2. Além disso, é sempre bom lembrar que o bolsa família não funciona, para muitos beneficiário, como sua fonte de renda, e sim como uma fonte complementar de renda. Nesse sentido, o ideal é que o valor de compra do bolsa família nunca seja suficiente para sustentar uma família (mesmo sob condições básicas) e sim que seja suficiente para aumentar a qualidade de vida daqueles que vivem do salário mínimo ou pouco mais que isso. Ninguém, com mínimo de ambição (e isso é o que sobra numa sociedade de consumo como a nossa), vai se acomodar com essa parca quantia que o programa fornece aos beneficiários. Por isso, o Programa tem sido para mim um dos grandes avanços sociais das últimas década em nosso país.

    ResponderExcluir
  3. Acredito ser um grande projeto, mas o que vemos é muita gente que não trabalha, pq o salário mínimo é menor do que a ajudo que recebem do governo.Pior é que com tantas pessoas não querendo trabalhar, mesmo assim não há emprego suficiente para os que precisam e querem trabalhar.

    ResponderExcluir
  4. Com as estimativas de que o ritmo de redução das desigualdades está caminhando para 0, o Bolsa Família vai passar por uma série de críticas. Daí, seu futuro depende de quem estiver no governo.

    by José Porfiro

    blog: http://jporfiro.blog.uol.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Caro amigo:
    parabéns pela iniciativa de fazer um blog sobre economia.
    Confesso que não sou simpatizante do Bolsa Família, esmola não é a solução...
    A falta de incentivo ao trabalho é uma praga.
    abraços

    ResponderExcluir