segunda-feira, 2 de março de 2009

O que nos faz mais resistentes?


Recentemente, algumas instituições internacionais como a OCDE[1] e o Banco Mundial, através dos seus respectivos estudos, afirmaram que o Brasil tenderá ter uma maior resistência à crise para 2009 frente aos países ricos e emergentes que compõe a BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).

De acordo com a OCDE, que analisou 11 países[2], o Brasil é o único a ter apenas uma desaceleração, declinando 1,1 ponto percentual e com 2,9 pontos percentuais inferior ao nível de atividade observada há um ano, enquanto os demais sofrerão forte desaceleração com eminência de recessão econômica.

Para o Banco Mundial, o Brasil, ao lado do Chile, será o país que menos sentirá os efeitos da crise na América Latina, conforme o discurso da vice-presidente da instituição durante o fórum da Tribuna Ibero-Americana.

Com essas constatações, é natural que muitos questionem porque o Brasil está mais resistente e quais os fatores que contribuíram para essa situação menos onerosa que os demais países.

Então, vejamos 10 motivos que propiciaram essa resistência:

1.Média de crescimento do PIB de 1,6% (1998-2003) para 4,8% (2004-2008).
2.Forte regulação financeira com bancos trabalhando com grau de alavancagem em torno de 6,5 vezes, enquanto bancos americanos como Lehman Brothers trabalhava com cerca de 35 vezes,além ínfimo envolvimento em operações com mercado imobiliário americano.
3.Reservas do Banco Central cerca de US$ 200 bilhões.
4.Diversificação do comércio internacional, tanto na pauta de exportação como no destino.
5.Dinamismo Econômico, ou seja, temos produção de quase tudo.
6.Reservas compulsórias[3] elevadas cerca de 272 bilhões de reais em Set 2008, o possibilita maior confiança no sistema bancário.
7.Mercado interno muito aquecido.
8.Relação dívida/PIB caiu de 47,0%(2004) para 36,0% (2008).
9.Aumento de investimentos estrangeiros diretos de US$ 18,1 bilhões (2004) para US$ 45,1 (2008).
10.Sucessivos saldos positivos na balança comercial.

Com isso, é possível entender, em parte, nossa resistência a toda essa turbulência financeira global e o motivo das constantes conclusões internacionais a cerca de nossa resistência.

[1] Organização para cooperação e o desenvolvimento Econômico
[2] Estados Unidos, Brasil,Canadá, Japão, China, Índia, Rússia, França, Alemanha, Itália e Reino Unido
[3] É a parcela dos depósitos a vista que os bancos comerciais são obrigados legalmente a reter no Banco Central.

2 comentários:

  1. Apesar de estudos afirmarem que o Brasil apresenta uma maior resistência perante aos efeitos colaterais inerente à crise, as projeções para o PIB de 2009 não são das melhores. Existem consultorias que preveem PIB próximo de ZERO. Ainda há esperança em recuperação a partir do segundo semestre do ano letivo para alguns economistas, embora esteja se aproximando uma nova reunião do COPOM, as variações "suaves" dos índices inflacionários ainda são empecilho para uma queda mais acentuada da SELIC.

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  2. Artur,

    O problema é que muita dessas consultorias esquecem de prever também o efeito das medidas que já foram tomadas pelo governo, e olhe não foram poucas. Vale mencionar, ainda, que nosso forte crescimento em 2007 foi impulsionado pelo consumo interno, cerca de 60%, segundo o IPEA,o saldo das exportações contribuiram com cerca de 6%, descontando o efeito multiplicador que o desaquecimento externo pode provocar.. podemos crescer, em curto prazo, as custas do mercado interno... Sds!

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