terça-feira, 10 de março de 2009

PIB cresce 5,1% mas...

O crescimento da economia, mensurado pelo PIB, foi de 5,1% em relação a 2007, representando em valores, cerca de R$ 2,9 trilhões. No entanto, apesar do crescimento, as noticias são quase que apocalípticas, pois no quarto trimestre houve um recuo de 3,6%,ante o crescimento dos três primeiros trimestres: 1,6%; 1,6% e 1,7% respectivamente. Essa retração foi a maior desde que a série foi iniciada em 1996 e bem acima do que previam muitos analistas (2,3%), resultado do ápice da turbulência financeira que ganhou amplitude em 2008.

Para ter idéia da magnitude, no âmbito setorial, no quarto trimestre a retração para Indústria foi de (-7,4%), seguida pela Agropecuária (-0,5%) e pelos Serviços (-0,4%).Entre os componentes da demanda interna, a Formação Bruta de Capital Fixo, que representa a ampliação da capacidade produtiva futura de uma economia por meio de investimentos correntes em ativos fixos, teve a maior queda (-9,8%,), o maior recuo da série, seguida pela Despesa de Consumo das Famílias (-2,0%). Já a Despesa de Consumo da Administração Pública teve uma variação de 0,5%. O PIB per capita, que é o resultado do PIB/POPULAÇÃO cresceu 4,0% e alcançou R$ 15.240,00.

Na análise do valor adicionado gerado pelas atividades econômicas, tivemos a Agropecuária com (R$ 163,5 bilhões); Indústria (R$ 682,5 bilhões) e os Serviços (R$ 1.595,0 bilhões). O restante do montante foi gerado através de impostos sobre produtos.

Entre os componentes do PIB pela ótica da demanda, a Despesa de Consumo das Famílias (C) totalizou R$ 1.753,4 bilhões, a Despesa de Consumo da Administração Pública (G) R$ 584,4 bilhões e a Formação Bruta de Capital Fixo (I) R$ 548,8 bilhões. O saldo da Balança comercial (X-M), para X=exportações e M=importações, ficou superavitária em R$ 4,8 bilhões e a Variação de Estoques foi negativa em R$ 1,7 bilhões. Para ter idéia do peso de cada componente desses, basta observar que a equação macroeconômica do PIB é dada por Y(PIB)=C+I+G+(X-M) o gráfico abaixo segue o percentual da participação.


Os dados mencionados acima, referentes ao quarto trimestre, corroboram para uma recessão técnica no primeiro trimestre de 2009, segundo aponta algumas empresas de consultoria que terão que refazer os cálculos, tendo em vista, que as previsões referentes ao quarto trimestre estava abaixo do resultado divulgado pelo IBGE. As previsões para 2009 já eram de baixo crescimento na ordem de 1,0% a 1,5%, agora a tendência é que provavelmente, considerando tudo mais constante, é que entremos em recessão.


Diante do exposto, faz-se necessário, de forma urgente, que o Governo faça gastos estratégicos, e o Banco Central, corte expressivamente as taxas de juros a um patamar conveniente para o retorno dos grandes projetos da iniciativa privada e do consumo das famílias.


OBS: os dados deste comentário são oriundos do sistema de contas trimestrais do IBGE.











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