quinta-feira, 19 de março de 2009

E a agora José?

O Governo pretende mudar os cálculos de rentabilidade da poupança, tendo em vista, que os recentes e os próximos cortes nas taxas juros, façam com que a taxa SELIC,hoje, no patamar de 11,25% ao ano, fique em torno 9,75%, assim as aplicações em títulos públicos se tornariam menos atrativas que a poupança. Dessa forma, pode haver um forte deslocamento de investimentos dessa modalidade para a tradicional poupança, que por lei, assegura uma rentabilidade de 6% + Taxa referencial-TR ao ano.

No fim dos cálculos, considerando uma projeção em torno dos 9% para a SELIC, o investidor que optar por fundos de investimentos, por exemplo, onde os rendimentos são oriundos da variação da referida taxa, seu retorno seria menor do que a poupança nas circunstâncias atuais. Isso porque os fundos, ainda, pagam taxas administrativas e imposto de renda de até 2%, enquanto a poupança é isenta.

Nesse contexto, a oferta crédito do país poderia ser prejudicada, uma vez que, os fundos de investimento são a principal fonte para empréstimos bancários, além de gerar receitas aos cofres públicos através do imposto de renda.

Para agravar, ainda mais, do ponto vista econômico, como 65% dos recursos da poupança são obrigatoriamente utilizados para financiamentos habitacionais, que de são de longo prazo, dessa forma, grande parte do volume dos recursos retornariam, via compulsório, ao Banco Central, pois os bancos têm preferência por trabalhar com crédito com captação gerada em um curto prazo ao contrário dos financiamentos habitacionais.

Do ponto de vista social, com a maior atratividade da poupança poderíamos ter uma maior volume de crédito disponível para habitação, uma poderosa ferramenta para suprir um déficit habitacional brasileiro, que hoje encontra-se, segundo o IBGE, em torno de 8 milhões de unidades.

Dentre as principais alternativas estudadas pelo Governo, está entre vincular a renumeração da poupança a Selic ou mexer na TR.



4 comentários:

  1. Não que a habitação não seja importante, mas do jeito que as coisas estão, tem outras áreas que necessitam mais ainda de recursos. A saúde por exemplo...

    Abração...

    http://dmpclan.blogspot.com/

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  2. Outro dia vi uma nota parecida, no Jornal!

    t.t

    [ Não vale mais a pena, ter uma poupança! ]

    ¬¬'

    O jeito vai ser guardar o R$, debaixo do colchão, como nossos avós!

    =X

    http://adytaness.blogspot.com/

    [ Visite-o ]

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  3. É fato que com a queda da Selic o rendimento da poupança se torna mais atraente, mas ao que tudo indica o Bacen já estuda mudanças nas regras do rendimento da poupança, pois dado que a inflação e o crescimento estão em baixa, estaríamos em plenas condições de termos uma taxa de juros a patamares internacionais. Como mencionado na ata da última reunião do Copom, um outro empecilho aparece nas análises cautelosas do Bacen, a "poupança".

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  4. São os inevitáveis Trade-offs inerentes as decisões pertinentes no âmbito das políticas econômicas. Por isso a decisões dos economistas são sempre polÊmicas...

    Sds!

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